MÓIN-MÓIN – REVISTA DE ESTUDOS
SOBRE TEATRO DE FORMAS ANIMADAS
(Chamadas abertas para publicação das edições n° 22 e nº 23, 2020)
A Revista Móin-Móin (ISSN 1809-1385 / e-ISSN 2595-0347) é uma revista de estudos sobre Teatro de Formas Animada que representa uma das ações do Programa de Extensão Formação Profissional no Teatro Catarinense, da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Teatro / PPGT-UDESC. Publica, desde 2005, edições monotemáticas dedicadas a divulgar artigos inéditos resultantes de pesquisas acadêmicas sobre as distintas linguagens do Teatro de Animação, bem como reflexões e processos criativos de artistas renomados.
Abaixo, seguem os dados das chamadas para publicação em 2020, assim como sobre o fluxo contínuo de recebimento de textos e informações gerais para submissão.
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v. 1, n.22, julho de 2020 – Censura e transgressão no Teatro de Animação
Prazo para submissão de artigos: até 31 DE MARÇO de 2020
Prazo para submissão de artigos: até 31 DE MARÇO de 2020
O Teatro de Animação (seja por meio dos bonecos, das máscaras, das sombras ou outro modo de animação) tem demonstrado historicamente sua dimensão política por meio da crítica social, denúncia das injustiças e sátira ao poder abusivo: possui a inconformidade em sua verve, manifestando-se transgressivamente. A própria existência da figura animada se proclama subversiva ante a condição inanimada da matéria que o constitui. Ao mesmo tempo em que essa expressão artística pode servir como difusão de ideias e manipulação de opiniões, também pode se apresentar como oposição e resistência ao poder e à ideologia dominante.
Face ao seu poder de comunicar e instigar o livre pensamento, como a sociedade tem se comportado em relação ao Teatro de Formas Animadas? Como a história o tem aceitado ou calado? A intolerância frente às alternativas que essa forma teatral propõe à realidade instituída pode ser exemplificada na interdição aos grupos de teatro tradicionais e queima de figuras de sombras durante a revolução cultural da China (1966-1976)[1], durante o período da revolução comunista, nas interdições do Partido Islâmico da Malásia às artes tradicionais em 1990 ou na destruição de estátuas de wayang em Purwakarta em 2016,[2]mas também pode se manifestar na exclusão dos espaços e políticas culturais para o seu desenvolvimento, entre outras formas. A censura possui muitas estratégias: desde um decreto oficial até a paulatina construção ideológica que transforma determinados temas, personagens e expressões artísticas em tabu, ou ainda, ao considerar a própria arte como “menor”, fazer com que surjam pré-conceitos ante a manifestação artística.
Localizando essa temática, quanto se pode dizer em respeito à América Latina, e de modo geral, aos territórios pós-coloniais periféricos denominados “em desenvolvimento”? Quais são as margens em que o boneco transita? Como são marginalizados? De que forma a sátira e o riso contestatório ameaçam o status quo? De que modo esta arte age na trama social e que efeitos pode provocar? Por que ela pode ser perigosa para a autoridade e que tipo de repressões (censura, tabu, discriminação) sofre? Pode haver falta de reconhecimento da profissão e dificuldades de apresentar-se nos espaços oficiais e públicos em função do preconceito? De quantas maneiras (e quais) o controle e o silenciamento talharam a fisionomia (dramaturgias, técnicas e temas) do Teatro de Formas Animadas?
Convidamos os autores, neste número, a levantar essas e outras questões sobre repressão e censura, mas também sobre a resistência cultural associada à prática com Teatro de Animação. Podem ser apresentadas investigações históricas ou empíricas, ensaios teóricos, traduções inéditas, relatos de experiências, análises de processos criativos e entrevistas.
[1]ROLLINS, Annie Katsura. Quand la politique agit dans l’ombre: des pratiques traditionnelles aux logiques commerciales modernes, le cas du théâtre d’ombres chinois.In: FLEURY, Raphaèle; SERMON, Julie. Marionnettes et pouvoir: censure, propagandes, résistences. Montpellier: Deuxième Époque, 2019, p.175.
[2]FOLEY, Kathy. Les Wali (Saint Musulmans) réduits au silence: Les marionettes wayangen Indonésie et en Malasie. In: FLEURY, Raphaèle; SERMON, Julie. Marionnettes et pouvoir: censure, propagandes, résistences. Montpellier: Deuxième Époque, 2019, p.165.
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v. 2, n. 23, dezembro de 2020 – A atuação de mulheres no Teatro de Animação
Prazo para submissão de artigos: até 30 DE JUNHO de 2020
Prazo para submissão de artigos: até 30 DE JUNHO de 2020
Se aceitarmos as hipóteses que indicam os princípios do Teatro de Formas Animadas nos ritos da Antiguidade, encontraremos, nos acervos arqueológicos de tais períodos, uma infinidade de figuras representando corpos de mulheres. Num ocidente posterior à dominação romana se pressupõe um devir que deriva a palavra “marionete” do francês “marionnette”, que provém de petit Marie (pequena Maria)[1]. Representações hieráticas ou profanas em formas, técnicas e materiais diversos, figuras escultóricas articuladas ou não - mesmo que não possibilitem ler os usos que as mulheres de seu tempo lhes deram - essas figuras sugerem diversos papeis atribuídos às mulheres em suas respectivas sociedades e épocas.
Mesmo que personagens femininas permeiem o universo do Teatro de Bonecos popular, por que em muitas culturas o ofício de quem anima ainda é predominantemente exercido por homens, como ocorre no Karaghiozis, no Wayang e no Mamulengo, por exemplo? Assim, onde e como podemos encontrar as mulheres inseridas no grêmio dos animadores? Como elas subverteram/subvertem essa ordem?
Seja na transmissão familiar, seja no ensino, na construção, na dramaturgia, na direção ou na produção: a mulher aparece em diferentes graus de visibilidade em todos os processos relativos ao teatro de figuras animadas. Quem são essas mulheres? De que modo impactaram/impactam a evolução e a coesão dos espaços de transmissão e promoção da arte bonequeira?
Quais são as mulheres que atuam hoje no Teatro de Animação? Quais mulheres estão sendo representadas, e como? Quais são os desafios assumidos pelas bonequeiras? Que situações traspassam os diversos corpos das mulheres na cena animada em tempos de tecnologias da presença e lutas por direitos sobre o próprio corpo?
É evidente que, ao falarmos em mulheres, deparamo-nos com uma infinidade de temas, porém, a presente chamada para publicação se propõe a apelar para a reflexão focalizada em experiências e processos que apresentam a participação da mulher enquanto motivo e sujeita da produção teatral com formas animadas. Que resistências e desafios enfrentam no plano profissional? Que espaços são mantidos ou conquistados?
Com respeito às próprias lutas das mulheres, em nível mundial, em clamor à justiça de gênero, segurança, saúde e equidade: Como o Teatro de Animação dialoga com essas questões? Que articulações, representações e poéticas emergem das produções de mulheres e sobre mulheres?
Uma infinidade de outras inquietações transborda para além dessas que estão aqui apresentadas, possibilitando um desdobramento acerca dos múltiplos modos com que as formas animadas se articulam as questões de gêneroe também acerca do conhecimento da obra de inúmeras profissionais do Teatro de Animação.
Esperamos que estas provocações instiguem a reflexão em diferentes perspectivas dentro da temática proposta.
Podem ser apresentadas investigações históricas ou empíricas, ensaios teóricos, traduções inéditas, relatos de experiências, análises de processos criativos e entrevistas.
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Fluxo contínuo de recebimento de textos
Para o envio de textos que não se enquadrem nos temas anteriormente citados, é possível fazê-lo a qualquer tempo, pois a plataforma aceita a submissão de textos em fluxo contínuo. Os textos que não se refiram a um dos temas poderão ser publicados em outro número da revista, respeitando a pertinência à temática.
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Informações gerais
Podem ser apresentados artigos, relatos, ensaios, resenhas, entrevistas e traduções.
A revista trabalha com a política de avaliação anônima por pares para qualquer texto submetido.
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Diretrizes para envio de trabalhos
Para publicar na Revista Móin-Móin o(a) interessado(a) deve primeiro cadastrar-se como autor(a) no link:
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ser postadas diretamente no sistema de submissão para seguir o processo
geral de avaliação do periódico.
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Lembramos que o periódico não cobra taxas de submissão, nem de
publicação e utiliza o sistema duplo-cego de revisão por pares. O texto
pode ser enviado em português, espanhol, inglês ou francês e, no caso de textos em francês e inglês, eles serão publicados em sua língua original com tradução para o português.
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